terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Animais do Bosque: Preguiça


Espécie da Ordem Xenarthra, a preguiça é “parente” do tamanduá e do tatu. Chama a atenção por seus movimento vagarosos, principalmente quando está no solo. Esse curioso mamífero de cabeça e olhos pequenos, pernas fortes e uma cauda pequena escondida entre os pêlos.


Suas reações, sua digestão e até sua respiração são lentas. seus movimentos são cadenciados. Quando está pendurada em um galho, pode passar muito tempo quase imóvel e dormir até 14 horas por dia.

A visão e a audição não são ponto forte da preguiça. Por isso, ela se orienta principalmente pelo olfato.

Cultiva hábitos noturnos e vive em pequenos bandos nas florestas tropicais úmidas das Guianas, na Venezuela e no Nordeste do Brasil.

Não há nenhuma pressa na vida da preguiça,pois este mamífero pode ficar muito tempo abraçado a um tronco e dormir até 14 horas por dia.

Seu comprimentos pode atingir 60 cm, os pés contam com três dedos,mas há outra espécie,chamada preguiça-real,que tem dois dedos nos pés; as garras são grandes e grossas.

Carrapatos, besouros e traças vivem em sua grossa pelagem que tem outra singularidade; a constituição dos pêlos favorece a fixação de algas verdes,o que lhe confere uma camuflagem extra em meio á folhagem das árvores.

Como herbívoro, sua dieta é composta exclusivamente de folhas verdes e brotos. A preguiça, porém, mostra-se bastante seletiva quanto á alimentação.As folhas devem ser preferencialmente novas e de determinadas espécies,como figueiras e embaúbas .

Outra curiosidade: ela não bebe água. O líquido é obtido do próprio alimento (água metabólica). Descem a cada 7 a 10 dias para defecarem no solo.

Crédito da Foto: Eleonore Skrepnek Tosin

(Texto extraído da apostila do grupo "Ecos do Bosque")

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Animais do Bosque: Onça Pintada e Onça Preta(Panthera onca)


A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas; seu corpo é robusto e musculoso, seu tamanho varia entre 1.12 – 1.85 m (cabeça e corpo) e altura entre 45 – 75 cm, a cauda tem cerca de 57,5cm e o peso varia entre 60 – 90kg.

 A onça- pintada possui uma coloração que vai do amarelo bem claro a amarelo acastanhado, seu corpo é revestido por pintas negras que podem formar rosetas grandes, médias ou pequenas. Sua distribuição geográfica atual vai desde as planícies costeiras do México até o norte da Argentina. Habita áreas de vegetação densa com abundância de água e alimentação; áreas tropicais e subtropicais, cerrado, caatinga e pantanal.

São animais de hábitos solitários e terrestres; marcam o território com urina onde vivem comunicando-se através de sinais olfativos com grande freqüência para demarcar território. Sua atividade pode ser tanto diurna quanto noturna; são grandes saltadoras e nadadoras atravessando rios com 1 km de largura. A dieta da onça-pintada consiste de uma grande variedade de mamíferos de médio a grande porte, aves e répteis. 

A gestação de uma onça dura 90 - 110 dias podendo nascer de 1- 4 filhotes, estes nascem com os olhos fechados que se abrem por volta do 13º e alcançam a maturidade sexual entre 2 - 4 anos. A onça tem perdido território por causa da modificação de seu habitat (desmatamento), pela caça indiscriminada por conta de “alguns” pecuaristas que preferem mandar abater os animais ao invés de procurarem soluções alternativas. 

Crédito da foto número 2: Giselda Person

Texto extraído da apostila do grupo "Ecos do Bosque"

Animais do Bosque: Suçuarana (Puma concolor)





Habitat: florestas tropicais e subtropicais, cerrado, pantanal, montanhas e desertos (nos E.U.A ).
Comprimento: até 1 metro; cauda longa até 61 cm.

Altura: até 63 cm.
Peso: até 80 kg.
Alimentação: desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados, catetos, aves e répteis).
Hábitos: solitário, noturno.
Período de vida: mais de 20 anos em cativeiro.

A suçuarana é um animal de grande porte, com corpo longo, mas mais esbelto do que onça-pintada. As patas são grandes, os membros são musculosos, e a cauda é longa, chegando a um terço do comprimento total do animal. De hábitos solitários prefere viver em locais de difícil acesso. Apesar de ser considerada um grande felino, a suçuarana não faz parte do gênero Panthera, mas compõe o gênero Puma, pois, em vez de esturrar, sua vocalização é próxima a um miado. Isto ocorre, pois, assim como os pequenos felinos, possui o osso hióide não elástico e precisa de grandes pregas vocais.

Este felino vive nas Américas, do Canadá ao extremo da América do Sul. É o segundo maior felídeo neotropical, menor apenas que a onça-pintada. A suçuarana, também chamada de onça-parda, puma e leão-da-montanha.



A coloração do adulto é uniforme, variando do marrom-acinzentado claro ao marrom-avermelhado. Já os filhotes apresentam a pelagem toda cheia de manchas, assim como veados e antas durante os primeiros meses de vida. Esta característica facilita a camuflagem dos filhotes, protegendo-os contra predadores.



A suçuarana preda desde grandes presas (capivaras, veados, catetos, aves) até pequenos roedores (pacas, cutias, tatus) e répteis. Dentre os felinos é um dos melhores saltadores, podendo saltar para o chão, de alturas de até 15 metros. Pode também dar saltos de até 6 metros de extensão, o que facilita sua caça. Suas garras são muito longas. Uma vez morto o animal, a suçuarana cobre a carcaça e volta para se alimentar dela de tempos em tempos. Ela não come animais que não tenha matado.

Devido à destruição de seu habitat natural, as suçuaranas se vêem obrigadas a invadir áreas rurais, e até mesmo áreas urbanas, em busca de suas presas. Ao atacar gado doméstico, ela provoca a ira de pecuaristas, que a caçam, levando esta espécie ao risco de extinção. Outro fator que concorre para seu extermínio é o isolamento de grupos populacionais destes felinos. Além disso, diversos são os relatos de animais atropelados em rodovias, vítimas dos caçadores.

Crédito da foto (número 2): Rogério Capela - Rede Anhanguera de Comunicação

(Texto extraído da apostila do grupo "Ecos do Bosque")

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Animais do Bosque: Arara-Canindé (Ara araruna)


Classe: Aves

Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Nome científico: Ara ararauna

Nome vulgar: Arara-Canindé
Categoria: Ameaçada

Um dos representantes mais conhecidos dos psitacídeos brasileiros é a arara Canindé. Possui o bico preto e uma plumagem caracterizada principalmente pelo azul de suas asas e pelo amarelo de seu ventre. Pode medir até 80 cm de comprimento e pesar quase 1kg. Esta espécie é encontrada desde a América Central até o sudeste do Brasil, Bolívia e Paraguai habitando beiras de mata e várzeas de palmeiras.

Normalmente são observadas voando aos pares ou até mesmo num grupo com três indivíduos, podendo este último ser um filhote. Dormem em bandos com até 30 indivíduos e fazem grandes deslocamentos diários desde a área de alimentação até a área de descanso.

Na época reprodutiva formam casais que permanecem fiéis por toda vida (animais monogâmicos). Fazem a postura dos ovos nos meses de agosto e janeiro, colocando em média 2 ovos com período de incubação de aproximadamente 28-30 dias. Os filhotes permanecem no ninho até a décima terceira semana, período no qual são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento em seus bicos.

Nidificam em buracos de troncos ocos de árvores, preferindo os ninhos bem profundos para proteger os ovos e filhotes da ameaça de possíveis predadores, como o tucano e primatas de médio porte. Quando os pais encontram um ninho potencial, eles afofam o fundo do mesmo com a madeira triturada, que raspam das laterais da árvore, facilitando a secagem do fundo que ficará repleto de fezes dos filhotes. Os ovos postos são chocados principalmente pela fêmea que é visitada e alimentada pelo macho.


Os psitacídeos são um dos grupos que mais sofrem com o tráfico de fauna silvestre, pois sua grande diversidade de cores e capacidade de imitar a voz humana desperta o interesse das pessoas no mundo todo, movimentando milhões de dólares por ano. Quando esses animais são caçados para a venda, as árvores que possuem ninhos costumam ser derrubadas. Isso prejudica a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes. Além da caça para a comercialização, sofrem com a contínua destruição do habitat.

Crédito da Foto: Rogério Capela - Rede Anhanguera de Comunicação

(Texto extraído da Apostila do Grupo "Ecos do Bosque")

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Animais do Bosque: Papagaio - verdadeiro (Amazona aestiva)

É a espécie de papagaio mais procurada pelo comércio ilegal de aves vivas, por “aprender” a falar. É o loro encontrado desde as aldeias indígenas até nas cidades, apesar da ilegalidade do comércio. Na verdade, ele não fala no sentido exato da palavra. Por viver em grupos e ter uma intensa atividade de contatos vocais com outros papagaios, mesmo membros de um mesmo casal, está sempre repetindo os sons do grupo. Muitos desses sons são aprendidos ao longo da vida e situam-se na mesma faixa de emissão da fala humana.



O comércio é feito através da captura de aves nos ninhos, com poucos dias ou semanas de vida. Criados artificialmente, entram em contato conosco e nossos sons de contato, a fala. Passam a repeti-los, articulando palavras e, até mesmo, frases, para participar da atividade social do grupo humano onde estão, agora, inseridos. Com a idade, perdem ou diminuem a capacidade de aprender novos sons. Dessa maneira, diz-se que papagaio velho não aprende palavra nova.

Na natureza, formam grupos nas áreas de dormida e, ocasionalmente, em locais de alimentação. Durante o dia, os casais deslocam-se para áreas específicas, voltando à noite. Eventualmente, pequenos bandos seguem esses casais. Mantêm contato através de uma seqüência de dois gritos, semelhantes a latidos de um cachorro, escutados à distância e mais fortes no início.


No começo do período reprodutivo, no início da baixa das águas do Pantanal, os casais saem do grupo e estabelecem territórios de nidificação, de onde todos os outros papagaios-verdadeiros são agressivamente expulsos. Chegam a realizar ataques em vôo, usando as garras e bico para atacar as outras aves. Em casos extremos, embolam-se no ar, lutando até próximo do chão.



O macho, na população do Pantanal, é um pouco maior do que a fêmea. Essa condição pode ser notada quando voam juntos e passam perto do observador. Fazem uma postura de 3 ovos, que são chocados pela fêmea durante 25-28 dias. Os filhotes nascem com intervalos de dois a três dias. Em anos muito bons de alimentação, sobrevivem até dois por ninho. Em geral, um filhote sai do ninho depois de 60 dias de nascido.


No juvenil, a plumagem é semelhante à do adulto, com dominância do verde em todo o corpo, um pouco mais claro na barriga. Na cabeça, o azul da testa e o amarelo da cara, garganta e alto da cabeça são pouco evidentes ou ausentes. Bico negro, uma das características principais da espécie, junto com as penas vermelhas na dobra, da asa (no chamado espelho, sobre a asa) e em uma bola na base das penas longas da cauda. As duas marcas vermelhas da asa são mais evidentes em vôo, embora sejam observadas na ave pousada também.


A quantidade de azul e amarelo na cabeça varia de indivíduo para indivíduo, bem como com a idade. Existem, porém, exemplares quase sem amarelo. No Pantanal, há uma grande parcela de aves com muito amarelo na região da cabeça. Alimenta-se de sementes, frutos e flores. Na estação reprodutiva, no entanto, fica pousado em um galho evidente e emite uma série de vocalizações diferentes, como os dos papagaios de cativeiro.

Créditos das Fotos: Flickr (City Parrots)

(Texto extraído da Apostila do Grupo "Ecos do Bosque")


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Animais do Bosque: Jaguatirica (Leopardus pardalis)

A jaguatirica é um felino de médio porte, podendo pesar de 11-15 kg. O seu pêlo é denso e curto de cor amarelo claro à castanho ocráceo sendo todo pintado exceto na região ventral onde a coloração é esbranquiçada. Estas manchas negras formam rosetas e seguem até a cauda.







Os machos são maiores que as fêmeas; esta espécie é encontrada desde o sudoeste do Texas e oeste do México até o norte da Argentina. No Brasil ocorre em todas as regiões, com exceção do sul do Rio Grande do Sul; habitam principalmente florestas tropicais e subtropicais.


São animais solitários, procurando um par somente na época reprodutiva; de   hábitos noturnos, são bons nadadores e escaladores de árvores. A dieta em vida livre é composta por aves e pequenos roedores. O período de gestação é de 70-85 dias, nascendo de 1- 4 filhotes que atingem a maturidade sexual aos 3 anos de idade.

 




A jaguatirica já foi muito caçada para venda de sua pele e abatida no caso de invasão de fazendas com criações, mas existe uma lei de proteção à ela que tem contribuído para o declínio deste comércio e preservação da espécie.

(Texto extraído da Apostila do Grupo "Ecos do Bosque")

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Animais do Bosque: Jupará (Potos flavus)

Filo: Chordata

Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Procyonidae
Gênero: Potos
Espécie: Potos flavus



Este procionídeo tem uma cauda preênsil que o animal usa para se ancorar nos galhos. A cauda tem uma seção circular transversal; ela é uniformemente coberta com pêlos e gradualmente afinada até o final; o lado de baixo, entretanto, não tem quaisquer calos presos, que são características dos macacos do Novo Mundo. A pele, que é coberta com pêlos macios, curtos e finos, cabeça e orelhas arredondadas pequenas, nariz embotado com espéculo nasal rosa, e olhos projetados como botões com uma íris cor de castanha , tudo isso dá ao jupará sua aparência curiosa. Sua delgada língua estirada pode atingir quase 12 cm de comprimento, e auxilia na lambida do néctar, mel e polpa da fruta.





O Jupará (Potos flavus), é a única espécie deste gênero; os índios Puri do Brasil o chamam de “kinkajou”, nome emprestado da língua inglesa. Seu outro nome inglês, honey bear (urso de mel), refere-se à sua pele lustrosa amarela dourada, e não à sua preferência por mel.


Além da cauda preênsil, há regiões desprovidas de pêlos em algumas partes como nas regiões das glândulas da pele em ambos os lados da garganta abaixo dos cantos da boca e na região do umbigo, sendo os únicos entre os procionídeos com essas características.

Juparás são animais de hábitos  arborícolas e noturnos. Ocorrem freqüentemente em florestas chuvosas de planície e em florestas montanhosas, desde o nível do mar até altitudes de até 2500 m, porém , raramente são vistos.


Habitam o mesmo nicho ecológico à noite que os macacos- prego do gênero Cebus ocupam durante o dia. Após o anoitecer, o jupará deixa o seu esconderijo, boceja com a língua esticada para fora, e executa o “prescrito” ritual de espreguiçamento, arrumação e coceira. Só então ele fica pronto para sair.





Ele é extremamente bem adaptado à vida nas árvores, mas se preciso utiliza a cauda como um dispositivo seguro, ou se eleva nos galhos com a ajuda da cauda e de suas patas traseiras altamente rotativas. Desta maneira, ele tem as mãos livres para alcançar um galho mais baixo ou uma fruta.


Ele pode freqüentemente se alimentar suspenso de cabeça para baixo, mas usualmente não assume qualquer posição definida quando se alimenta. O animal também senta-se  ereto sobre as partes traseiras suportado pela cauda quando se alimenta. Também pode ser observado alimentando-se  agachado perto do alimento. Essa espécie manipula o alimento com suas patas, descasca os frutos com os dentes.


Outros itens alimentares que fazem parte da dieta são: flores, insetos,  mel, e algumas vezes atacam pequenos vertebrados como pássaros,ovos no ninho e pequenos répteis. Encontros com outros membros da espécie acontecem quase que somente em árvores frutíferas, exceto para dividir companhia com seus próprios filhotes. Tais encontros são razoavelmente barulhentos, já que eles são bem possessivos em relação ao alimento. Quando alarmados eles ficam quietos, e seguindo um som de baforada, um ou muitos animais vocalizam uma seqüência de sons de latido, como um cachorro latindo à distância.

Juparás não defendem seu próprio território, quando estão combatendo um predador, o animal se adere ao oponente com suas patas e com a cauda, causando feridas com seus fortes caninos. Seus inimigos incluem iraras, jaguatiricas, serpentes, onças e o homem.

Direito das fotos: Bosque dos Jequitibás

(Texto extraído da apostila do grupo "Ecos do Bosque"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Grupo de Educação Ambiental "Ecos do Bosque"

O projeto de Educação Ambiental no Bosque dos Jequitibás se iniciou em 1998 com um programa de de inclusão de jovens carentes da Instituição Casa Amarela em parceria com a Secretaria Municipal de Obras, com o curso de formação de Guias Junior. Tal programa durou até 2001, quando foi descontinuado.
A partir de 2002 o projeto seguiu um novo rumo, quando as portas se abriram para estagiários da área de Ciências Biológicas. 
Em 2007 o projeto recebe o "Prêmio RAC-SANASA" como o melhor projeto voluntário de Campinas.
Em 2009  passa a receber, também, alunos do curso técnico em Meio Ambiente e Gestão Ambiental das escolas do município de Campinas e toda região metropolitana.
O trabalho do Grupo de Educação Ambiental "Ecos do Bosque" se baseia na conscientização da população, principalmente das crianças e jovens frequentadores do Bosque do Jequitibás. Através de monitorias pré agendadas os alunos participam de atividades interativas onde são enfocados temas como a flora, fauna, ecologia, cidadania, entre outros.
Os integrantes do projeto são estagiários com formação teórica oferecida pelo Bosque dos Jequitibás suficiente para atender a população e realizar um trabalho ambiental de qualidade.
Além do atendimento ao público em geral o projeto também realiza atividades para grupos com necessidades especiais (deficientes mentais, auditivos, visuais) e grupos específicos como idosos entre outros. O grupo também desenvolve atividades lúdicas, exposições, cursos,  oficinas, ecoférias para crianças etc.
Para entrar em contato com o projeto basta ligar para o telefone ao lado.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Animais do Bosque: Cutia (Dasyprocta leporina)

Os roedores compõem a maior Ordem de mamíferos do mundo e encontram-se nos mais variados tipos de habitats. Existem no mundo mais de 4.000 espécies de mamíferos conhecidas na Terra, onde cerca de 43% são roedores.


A cutia é um mamífero roedor da família Dasyproctidae, de porte avantajado, medindo entre 50 e 65 cm e com peso entre 1,5 a 3 kg. Sete espécies de cutias habitam o território brasileiro, e a cutia que vive no Bosque dos Jequitibás é a Dasyprocta leporina . Esta espécie foi introduzida no bosque há mais de 20 anos, sendo seu ambiente natural o nordeste e o litoral brasileiro. Sua pelagem áspera e dura é lustrosa (brilhante) entre o alaranjado e o marrom / preto, com uma cauda quase vestigial e sem pêlos. Este roedor possui pés compridos com três dedos bem desenvolvidos e com unhas cortantes equivalentes a pequenos cascos, o que faz com que as cutias sejam boas saltadoras. 





Os membros anteriores são bem menores do que os posteriores e exibem quatro dedos funcionais utilizados para levar o alimento à boca. Além disso, as garras das patas anteriores são ligeiramente arqueadas, indicando a capacidade de escavar. As cutias ao roerem algumas sementes produzem um som característico, com seus quatro dentes incisivos longos e curvos.


As espécies frugívoras e / ou herbívoras como antas, veados, porcos-do-mato, cutias e outros roedores de grande porte desempenham um papel muito importante na manutenção da diversidade de árvores da floresta, através da dispersão e predação de sementes e de plântulas, enquanto carnívoros regulam as populações de herbívoros e frugívoros. Além disso, os frugívoros são reconhecidamente importantes na restauração de ambientes degradados. As cutias são animais frugívoros com hábitos escavadores (enterram e escavam buracos no solo) para procurarem reservas de alimentos para uso futuro e sobrevivência durante a época de escassez de alimento. Deste modo, são importantes dispersores de sementes, ao enterrarem este alimento para ser comido depois. Muitas vezes, porém, esquecem onde colocaram a semente, que pode germinar dando origem a uma nova planta. A base de sua dieta são brotos de árvores como os do jatobá, araribá, sementes e frutos, mas principalmente os frutos do jatobá.


As cutias normalmente são de hábitos diurnos, mas podem reverter para uma atividade noturna ou crepuscular, quando submetidas à extrema interferência humana ou predação. Vivem em pares monogâmicos e a gestação oscila em torno de 104 dias. A quantidade de filhotes por parto varia de 1-3, mas em geral os filhotes são gêmeos. Estes já possuem o corpo totalmente coberto de pêlos ao nascer, os olhos abertos, e toda dentição completa; podem se locomover com facilidade desde os primeiros dias de vida. Todas as fêmeas de cutias são maiores que os machos; a comunicação entre as cutias ocorre principalmente pela audição e por odores deixados por secreções (como a urina), que funciona como delimitação de território, para achar o alimento escondido, e para identificar os companheiros de grupo. As cutias possuem o hábito de bater com as patas traseiras no solo,isto funciona como alarme contra predadores e marcação de território.


É de grande importância o papel ecológico das cutias para a existência de qualquer área de mata, já que dispersam sementes e, assim, perpetuam a existência da floresta.

Animais do Bosque: Anta (Tapirus terrestris)

Distribuição geográfica: Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Suriname e Venezuela - ou seja, toda a América do Sul exceto Uruguai e Chile. No Brasil, ocorre na Amazônia, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal.



Habitat: matas fechadas e altas, nas proximidades de grandes cursos d’água.

Comprimento: cerca de 2 metros (é o maior mamífero terrestre da fauna brasileira).

Altura: até 1 metro.

Peso: até 300 kg (as fêmeas são bem maiores do que os machos).


Alimentação: folhas, ramos, frutos de várias espécies e raízes, cascas de árvores.


Hábitos: noturnos; Espécie de hábitos aquáticos.


Gestação: 390 – 430 dias.


Filhotes: 1 ( raramente 2).


Uma lenda conta que, quando o mundo foi feito, a anta foi formada com partes tomadas de outros animais. Isto explicaria porque a anta tem a forma de um porco, pés de rinoceronte, cascos de boi e o focinho como uma pequena tromba de elefante. Em temperamento, porém, não é igual a nenhum desses animais. É um bicho pacífico, tímido, que se esconde durante o dia e sai a noite para comer. Somente a fêmea, bem maior que o macho, desafia qualquer um que tente atacar seu filhote.

A anta ou tapir, como também é chamada popularmente, é o maior mamífero terrestre da América do Sul, chegando a pesar 300 kg. No entanto, é muito menor que seus parentes da África e da Ásia. A anta tem três dedos nos pés traseiros e um adicional, bem menor, nos dianteiros. Possui uma tromba flexível, prêensil e com pêlos, funcionando como órgão olfativo e para perceber umidade. Além disso, a tromba funciona como instrumento para coleta de plantas que a anta come, servindo também como um tubo de respiração, quando este grande mamífero está dentro da água.


A anta vive perto de florestas úmidas e rios; toma freqüentemente banhos de água e lama para se livrar de carrapatos, moscas e outros parasitas, além de utilizar a água para fugir de predadores. Seu habitat típico inclui áreas com precipitação de 2000 a 4000 mm, temperatura média de 27,5°C, e umidade relativa do ar de 75%.


Herbívora, a anta come folhas, frutos, brotos, ramos, plantas aquáticas, grama, e pasta até em plantações de cana-de-açúcar, arroz, milho, cacau e melão. De hábitos solitários, antas são encontradas juntas apenas durante o acasalamento e a amamentação. A fêmea tem geralmente apenas um filhote, e o casal se separa logo após o acasalamento. A gestação dura de 390 a 430 dias, e não há época especial para o acasalamento. Os machos marcam território urinando sempre no mesmo lugar. Além disso, a anta tem glândulas faciais que deixam rastro. Os filhotes apresentam pelagem cheia de manchas, para camuflagem, protegendo-os de possíveis predadores.


As antas chegam a viver 35 anos em cativeiro. Sua acuidade visual é bem pouca, mas a audição e o olfato são muito apurados. Seus meios de percepção baseiam-se em odores e sinais acústicos. Ao galopar, costumam derrubar pequenas árvores, fazendo muito barulho. Nadam bem e sobem com eficiência terrenos íngremes.

A anta brasileira mede 1,10 m de altura e seu comprimento é de 2,20 metros (fêmea) e 2 metros (macho). Pesa cerca de 280 kg. Ocorre na Amazônia, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal. Fora do Brasil, esta mesma espécie é encontrada também na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela ou seja, toda a América do Sul exceto Uruguai e Chile.






Segundo a IUCN, seu estado de conservação é "vulnerável" (VU), mas a anta se encontra "criticamente ameaçada" (CR) em alguns estados brasileiros, como Paraná e Minas Gerais. O tipo de ameaça que sofre é a destruição de seu habitat, a caça, o fato de as populações estarem isoladas e em declínio. Além do homem, são seus predadores a sucuri e a onça-pintada. Ao ser perseguida, a anta se refugia na vegetação densa.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Como chegar ao Bosque?

Se você mora na região de Campinas e nunca visitou o Bosque ou vem de outras regiões e tem interesse de conhecer esse ponto turístico do município, aqui está um mapa de como chegar ao Bosque.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Animais do Bosque: Lontra (Lontra longicaudis)

A lontra pertence à Ordem Carnívora e à Família Mustelidae. Semelhante à ariranha (Pteronura brasiliensis), a lontra apresenta corpo alongado, pernas curtas, cabeça alongada e chata, orelhas pequenas e arredondadas, corpo delgado, flexível e membranas interdigitais nas patas; essas adaptações são devido a possuírem hábitos aquáticos, cauda musculosa, olfato e audição apurados, face e garganta com vibrissas, que são importantes órgãos táteis que auxiliam na detecção de peixes, três pares de pequenos dentes incisivos, e uma pelagem curta e densa, que conserva o calor do animal, formando bolhas de ar em seu interior e reduzindo a perda de calor para a água. Por outro lado, existem algumas diferenças entre a lontra e a ariranha.








A lontra ocorre em todo o Brasil, possui 1,30 m de comprimento, apresenta uma mancha clara na região da garganta, e rinário nu (parte do focinho), e possui a porção final da cauda em forma de cilindro. Já a ariranha ocorre apenas no Centro-Oeste e na Amazônia, possui comprimento de 1,45- 1,88 m, apresenta uma mancha branca-amarelada bem forte no pescoço, e o rinário coberto de pêlos, e possui a porção final da cauda plana, em forma de remo.


A lontra possui hábitos noturnos. Vive em canais, banhados, rios, lagos, estuários e costa marítima. A base de sua alimentação é o peixe. No litoral de Santa Catarina, porém, siris e pitus podem predominar em sua dieta. A lontra é uma espécie indicadora da saúde destes ambientes aquáticos, já que é sensível à poluição. Desse modo, a conservação deste mustelídeo está intimamente relacionada à conservação dos diversos ambientes aquáticos. Nos anos 50 e 60, houve a introdução de novos pesticidas (dieldrin, aldrin, heptacloro), acarretando a redução populacional das lontras, ao se alimentarem de peixes envenenados. A ocorrência de lontras, em determinado ambiente, vai ser determinada também pela presença ou ausência de abrigos potenciais nas margens destes ambientes. Portanto, o desmatamento também é responsável pela redução nas populações deste mamífero, assim como a caça predatória.









Pouco se sabe sobre a reprodução e criação dos filhotes da lontra brasileira. A lontra européia apresenta uma gestação de 9 semanas. A ninhada é de 1- 3 filhotes, geralmente 2, e o macho não cuida da prole. Os filhotes nascem cegos, possuem pelagem densa e são completamente dependentes da mãe. O desenvolvimento dos filhotes é lento: seus olhos se abrem na quarta ou quinta semana, e a desmame começa na sétima, quando a mãe lhes fornece alimento sólido pela primeira vez. Aos 3 meses de idade, o filhote começa a fazer seus primeiros ensaios de natação e, aos 4 meses, começam a capturar seu próprio alimento.


A disponibilidade de habitats apropriados é o fator principal para a garantia do futuro da lontra. É comum que pessoas que morem às margens de ambientes aquáticos tenham seus quintais visitados por lontras. Por isso, é muito importante levarmos estas pessoas a conhecerem este animal, para poder conservá-lo.






A Lontra é um dos animais mais visitados e queridos do Bosque dos Jequitibás, chamando a atenção de muitos dos visitantes e frequentadores aos fins de semana. Ela está no bosque desde 2002.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Animais do Bosque: Mocho-Orelhudo (Asio clamator)

A partir de agora falaremos um pouco mais sobre os animais do zoológico, localizado no espaço do bosque; começando esta seção com uma das mais belas aves: a coruja Mocho Orelhudo.


Nomes populares: Coruja – orelhuda
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes Família: Strigidae
Gênero: Asio
Espécie: (Asio clamator)

 
As corujas sempre simbolizaram o conhecimento e a sabedoria; eram conhecidas como a ave símbolo da deusa grega da sabedoria “Athena”. Para algumas culturas, as corujas simbolizam o mal, o poder demoníaco, a bruxaria ou uma ligação com a morte e por isso eram temidas, atacadas e cruelmente mortas pelo homem.
Na verdade as corujas servem como indicadores das condições de seu habitat, uma vez que se alimentam de pragas urbanas, como ratos, insetos e, dependendo da espécie, até de aves como pombos e pardais.
Possuem olhos relativamente grandes, porém quase imóveis, resultando num campo de visão limitado, sendo compensado pela capacidade que possuem de girar a cabeça a 270º.
O mocho-orelhudo é considerado uma das corujas com audição mais desenvolvida. Tem hábitos noturnos, ficando camuflada nas árvores durante o dia.



Essa espécie alimenta-se de pequenos vertebrados como roedores (ratos e camundongos), morcegos, marsupiais, lagartos e anfíbios.
O casal faz seu ninho no solo, chocando seus ovos no capim. Se reproduzem apenas uma vez por ano, com dois a quatro ovos por ninhada. A fêmea permanece no ninho chocando os ovos por aproximadamente 33 dias, sobrevivendo, na maioria das vezes, apenas um filhote.
Essa espécie é encontrada da Venezuela, Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e em todo o Brasil com exceção da floresta Amazônica; habitam paisagens abertas com arvoredos, florestas, cerrados, caatingas e áreas urbanas arborizadas. O adulto tem entre 35-40 cm, pesa entre 320- 550 gramas. A longevidade em cativeiro desta espécie é de aproximadamente 15 anos.

Quem quiser visitar o Mocho-Orelhudo é só se dirigir ao bosque dos jequitibás, mais precisamente até o Lago. O recinto do Mocho-Orelhudo está no corredor atrás do lago, onde se localizava o antigo recinto dos tucanos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Histórico do Bosque dos Jequitibás

O Bosque dos Jequitibás é um parque público constituído por uma mata nativa (Floresta Residual do Planalto Paulista), sendo uma das principais áreas de lazer da cidade de Campinas. Possui uma área de 10 hectares, sendo uma das maiores e mais antigas áreas de lazer da cidade de Campinas recebendo anualmente aproximadamente mais de 1 milhão de pessoas por ano.








Um dos principais pontos turísticos de Campinas (SP), o Bosque dos Jequitibás foi aberto à visitação em 1888 quando seu proprietário, Francisco Bueno de Miranda resolveu transformar parte de sua propriedade em espaço público. Para estimular sua visitação, Francisco Bueno de Miranda construiu trilhos que ligavam a região central de Campinas até o parque. No entanto, essa iniciativa não foi bem sucedida, já que a Companhia Carril, responsável pela exploração dos serviços de bonde da época, logo desativou a linha por considerá-la deficitária. Diante das dificuldades em popularizar o Bosque dos Jequitibás como uma área de lazer, o proprietário propôs sua venda à prefeitura da cidade, onde o negócio foi concretizado em 1915. Após a compra do bosque, a prefeitura campineira executou algumas obras para sua melhoria, tais como o calçamento de vias de acesso e a inclusão de atrações como o zoológico, o museu do Bosque e um restaurante que oferecia matinês dançantes aos seus freqüentadores, nos finais de semana. Em sua trajetória centenária como área de lazer, o Bosque dos Jequitibás mereceu do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) em 1970, o tombamento de seu zoológico; do CONDEPACC (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas) em 1993, o tombamento de todo o conjunto e do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) em 1995, o reconhecimento de seu zoológico.