sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Animais do Bosque: Lontra (Lontra longicaudis)

A lontra pertence à Ordem Carnívora e à Família Mustelidae. Semelhante à ariranha (Pteronura brasiliensis), a lontra apresenta corpo alongado, pernas curtas, cabeça alongada e chata, orelhas pequenas e arredondadas, corpo delgado, flexível e membranas interdigitais nas patas; essas adaptações são devido a possuírem hábitos aquáticos, cauda musculosa, olfato e audição apurados, face e garganta com vibrissas, que são importantes órgãos táteis que auxiliam na detecção de peixes, três pares de pequenos dentes incisivos, e uma pelagem curta e densa, que conserva o calor do animal, formando bolhas de ar em seu interior e reduzindo a perda de calor para a água. Por outro lado, existem algumas diferenças entre a lontra e a ariranha.








A lontra ocorre em todo o Brasil, possui 1,30 m de comprimento, apresenta uma mancha clara na região da garganta, e rinário nu (parte do focinho), e possui a porção final da cauda em forma de cilindro. Já a ariranha ocorre apenas no Centro-Oeste e na Amazônia, possui comprimento de 1,45- 1,88 m, apresenta uma mancha branca-amarelada bem forte no pescoço, e o rinário coberto de pêlos, e possui a porção final da cauda plana, em forma de remo.


A lontra possui hábitos noturnos. Vive em canais, banhados, rios, lagos, estuários e costa marítima. A base de sua alimentação é o peixe. No litoral de Santa Catarina, porém, siris e pitus podem predominar em sua dieta. A lontra é uma espécie indicadora da saúde destes ambientes aquáticos, já que é sensível à poluição. Desse modo, a conservação deste mustelídeo está intimamente relacionada à conservação dos diversos ambientes aquáticos. Nos anos 50 e 60, houve a introdução de novos pesticidas (dieldrin, aldrin, heptacloro), acarretando a redução populacional das lontras, ao se alimentarem de peixes envenenados. A ocorrência de lontras, em determinado ambiente, vai ser determinada também pela presença ou ausência de abrigos potenciais nas margens destes ambientes. Portanto, o desmatamento também é responsável pela redução nas populações deste mamífero, assim como a caça predatória.









Pouco se sabe sobre a reprodução e criação dos filhotes da lontra brasileira. A lontra européia apresenta uma gestação de 9 semanas. A ninhada é de 1- 3 filhotes, geralmente 2, e o macho não cuida da prole. Os filhotes nascem cegos, possuem pelagem densa e são completamente dependentes da mãe. O desenvolvimento dos filhotes é lento: seus olhos se abrem na quarta ou quinta semana, e a desmame começa na sétima, quando a mãe lhes fornece alimento sólido pela primeira vez. Aos 3 meses de idade, o filhote começa a fazer seus primeiros ensaios de natação e, aos 4 meses, começam a capturar seu próprio alimento.


A disponibilidade de habitats apropriados é o fator principal para a garantia do futuro da lontra. É comum que pessoas que morem às margens de ambientes aquáticos tenham seus quintais visitados por lontras. Por isso, é muito importante levarmos estas pessoas a conhecerem este animal, para poder conservá-lo.






A Lontra é um dos animais mais visitados e queridos do Bosque dos Jequitibás, chamando a atenção de muitos dos visitantes e frequentadores aos fins de semana. Ela está no bosque desde 2002.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Animais do Bosque: Mocho-Orelhudo (Asio clamator)

A partir de agora falaremos um pouco mais sobre os animais do zoológico, localizado no espaço do bosque; começando esta seção com uma das mais belas aves: a coruja Mocho Orelhudo.


Nomes populares: Coruja – orelhuda
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes Família: Strigidae
Gênero: Asio
Espécie: (Asio clamator)

 
As corujas sempre simbolizaram o conhecimento e a sabedoria; eram conhecidas como a ave símbolo da deusa grega da sabedoria “Athena”. Para algumas culturas, as corujas simbolizam o mal, o poder demoníaco, a bruxaria ou uma ligação com a morte e por isso eram temidas, atacadas e cruelmente mortas pelo homem.
Na verdade as corujas servem como indicadores das condições de seu habitat, uma vez que se alimentam de pragas urbanas, como ratos, insetos e, dependendo da espécie, até de aves como pombos e pardais.
Possuem olhos relativamente grandes, porém quase imóveis, resultando num campo de visão limitado, sendo compensado pela capacidade que possuem de girar a cabeça a 270º.
O mocho-orelhudo é considerado uma das corujas com audição mais desenvolvida. Tem hábitos noturnos, ficando camuflada nas árvores durante o dia.



Essa espécie alimenta-se de pequenos vertebrados como roedores (ratos e camundongos), morcegos, marsupiais, lagartos e anfíbios.
O casal faz seu ninho no solo, chocando seus ovos no capim. Se reproduzem apenas uma vez por ano, com dois a quatro ovos por ninhada. A fêmea permanece no ninho chocando os ovos por aproximadamente 33 dias, sobrevivendo, na maioria das vezes, apenas um filhote.
Essa espécie é encontrada da Venezuela, Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e em todo o Brasil com exceção da floresta Amazônica; habitam paisagens abertas com arvoredos, florestas, cerrados, caatingas e áreas urbanas arborizadas. O adulto tem entre 35-40 cm, pesa entre 320- 550 gramas. A longevidade em cativeiro desta espécie é de aproximadamente 15 anos.

Quem quiser visitar o Mocho-Orelhudo é só se dirigir ao bosque dos jequitibás, mais precisamente até o Lago. O recinto do Mocho-Orelhudo está no corredor atrás do lago, onde se localizava o antigo recinto dos tucanos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Histórico do Bosque dos Jequitibás

O Bosque dos Jequitibás é um parque público constituído por uma mata nativa (Floresta Residual do Planalto Paulista), sendo uma das principais áreas de lazer da cidade de Campinas. Possui uma área de 10 hectares, sendo uma das maiores e mais antigas áreas de lazer da cidade de Campinas recebendo anualmente aproximadamente mais de 1 milhão de pessoas por ano.








Um dos principais pontos turísticos de Campinas (SP), o Bosque dos Jequitibás foi aberto à visitação em 1888 quando seu proprietário, Francisco Bueno de Miranda resolveu transformar parte de sua propriedade em espaço público. Para estimular sua visitação, Francisco Bueno de Miranda construiu trilhos que ligavam a região central de Campinas até o parque. No entanto, essa iniciativa não foi bem sucedida, já que a Companhia Carril, responsável pela exploração dos serviços de bonde da época, logo desativou a linha por considerá-la deficitária. Diante das dificuldades em popularizar o Bosque dos Jequitibás como uma área de lazer, o proprietário propôs sua venda à prefeitura da cidade, onde o negócio foi concretizado em 1915. Após a compra do bosque, a prefeitura campineira executou algumas obras para sua melhoria, tais como o calçamento de vias de acesso e a inclusão de atrações como o zoológico, o museu do Bosque e um restaurante que oferecia matinês dançantes aos seus freqüentadores, nos finais de semana. Em sua trajetória centenária como área de lazer, o Bosque dos Jequitibás mereceu do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) em 1970, o tombamento de seu zoológico; do CONDEPACC (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas) em 1993, o tombamento de todo o conjunto e do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) em 1995, o reconhecimento de seu zoológico.