quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Animais do Bosque: Répteis 1


Os primeiros répteis surgiram na Terra há 300 milhões de anos. Eles eram bem adaptados às condições da época, prosperando e tornando-se muito numerosos e diversificados. Quando surgiram, eram representados, principalmente, pelos dinossauros. No entanto, a maioria das espécies daquela época desapareceu há 100 milhões de anos. Atualmente, existem cerca de 6 mil espécies de répteis na Terra.

Com exceção das cobras e de alguns lagartos que não têm patas, os répteis (tartarugas, lagartos, crocodilos) são tetrápodes, ou seja, têm quatro patas. Apesar disso, os répteis podem rastejar mais do que caminham. Aliás, seu nome latino reptilis é uma prova disto: vem de repere que significa rastejar. Na verdade, como seus membros são muito curtos e se encontram em posição lateral (situam-se nas laterais do corpo), a face ventral do corpo quase sempre toca o chão, mesmo quando se locomovem.

A pele dos répteis é coberta de escamas unidas. Quando crescem, sua pele fica pequena demais e eles a trocam por outra, o que chamamos de muda ou ecdise. Alguns répteis vivem dentro da água, como as tartarugas marinhas e as tartarugas de água doce, e algumas cobras. A maioria, porém, é terrestre.

Os répteis foram o primeiro grupo de vertebrados a adaptar-se à vida em lugares secos no ambiente terrestre. As características que contribuíam para esta conquista foram: maior resistência da pele à perda de água; respiração através de pulmões, mesmo nas espécies que vivem dentro da água; garras para proteção e locomoção sobre superfícies mais ásperas; presença de órgão copulador, permitindo a fecundação interna, independente da água; ovos com casca resistente à perda de água, evitando a dessecação do embrião e protegendo-o contra lesões mecânicas; redução da perda de água pela urina.

Em sua grande maioria, os répteis são ovíparos. Os ovos são sempre colocados em um ninho em terra firme, mas a fêmea não os choca. As espécies aquáticas, como as tartarugas, vêm à terra para pôr os ovos.

Os répteis são animais ectotérmicos, portanto a temperatura de seu corpo depende da temperatura do ambiente. É por isso que muitas vezes vemos cobras ou lagartos se bronzeando ao sol de manhã. Deste modo, eles aumentam a temperatura do corpo, que baixou durante a noite fria, e desentorpecem os membros.



Os cágados são aquáticos e carnívoros, alimentando-se de caranguejos, peixes e insetos. Alguns podem ser onívoros, alimentando-se também de vegetais. São ovíparos e desovam em uma cova que escavam no solo, para a construção de um ninho. Em seguida, cobrem a cova para a incubação. Apesar de todo este manejo, não cuidam de sua prole.         
 

SUBORDEM PLEURODILA - CÁGADOS

 CÁGADO-DE-BARBICHA (Phrynops geoffroanus)
 
Foto retirada da apostila do Grupo Ecos do Bosque
 Com carapaça relativamente baixa, cabeça e pescoço longos, o cágado-de-barbicha tem condições de girar a cabeça lateralmente, e não a esconde totalmente dentro da carapaça. A superfície ventral do pescoço é amarela, com manchas pretas. Mede cerca de 27 centímetros. Vive à beira de rios, lagos e banhados. De hábito mais aquático que terrestre, passa boa parte do tempo mergulhado.
Distribui-se por quase todo o Brasil, nas bacias do rio Paraná, Amazonas e São Francisco. Na época de acasalamento, o macho tende a morder o pescoço da fêmea e exibe um balançar de cabeça. Põe de 6 a 18 ovos em praias de rios, que são incubados pelo calor do sol por cerca de quatro meses.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Animais do Bosque: Bugio

 Foto: Cláudio Timm


        

Esta espécie é endêmica da Mata Atlântica, podendo viver em áreas de florestas primárias, secundárias e em habitats altamente antropizados pelas atividades humanas, tais como fragmentos de poucos hectares.

           
Apresentam uma vasta barba e uma cauda preênsil. O dimorfismo sexual é evidenciado no tamanho do osso hióide (maior nos machos, esta estrutura fundamental que atua como um ressonador de sua vocalização característica “ronco”). Os machos são maiores e mais pesados (5-9kg) do que as fêmeas (3,8-7kg) e com pelagem ruivo avermelhada enquanto as fêmeas são de coloração castanho escuro.

A dieta é classificada como folívoro-frugívora, devido ao grande consumo de folhas e frutos, mas também  flores, caules, cascas e liquens.

Vivem em grupos sociais contendo geralmente, um máximo de quatro fêmeas adultas e um menor número de machos adultos, além de indivíduos jovens.  Indivíduos de ambos os sexos podem emigrar de seus grupos natais, o que ocorre quando eles aproximam-se da maturidade sexual, atingida entre 5 anos nos machos e 4 anos nas fêmeas.

Esta espécie é listada como “criticamente ameaçada” pela Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção do IBAMA e a lista vermelha da IUCN.

          No Bosque dos Jequitibás essa espécie vive livre nas árvores pois ela é nativa de sua mata.