Os primeiros répteis surgiram na Terra há 300 milhões de anos. Eles eram
bem adaptados às condições da época, prosperando e tornando-se muito numerosos
e diversificados. Quando surgiram, eram representados, principalmente, pelos dinossauros.
No entanto, a maioria das espécies daquela época desapareceu há 100 milhões de
anos. Atualmente, existem cerca de 6 mil espécies de répteis na
Terra.
Com exceção
das cobras e de alguns lagartos que não têm patas, os répteis (tartarugas,
lagartos, crocodilos) são tetrápodes, ou seja, têm quatro patas. Apesar disso,
os répteis podem rastejar mais do que caminham. Aliás, seu nome latino “reptilis” é uma prova disto: vem de “repere” que significa rastejar. Na verdade, como seus membros são muito curtos e
se encontram em posição lateral (situam-se nas laterais do corpo), a face
ventral do corpo quase sempre toca o chão, mesmo quando se locomovem.
A pele dos
répteis é coberta de escamas unidas. Quando crescem, sua pele fica pequena
demais e eles a trocam por outra, o que chamamos de muda ou ecdise. Alguns
répteis vivem dentro da água, como as tartarugas marinhas e as tartarugas de
água doce, e algumas cobras. A maioria, porém, é terrestre.
Os répteis
foram o primeiro grupo de vertebrados a adaptar-se à vida em lugares secos no
ambiente terrestre. As características que contribuíam para esta conquista
foram: maior resistência da pele à perda de água; respiração através de
pulmões, mesmo nas espécies que vivem dentro da água; garras para proteção e
locomoção sobre superfícies mais ásperas; presença de órgão copulador,
permitindo a fecundação interna, independente da água; ovos com casca
resistente à perda de água, evitando a dessecação do embrião e protegendo-o
contra lesões mecânicas; redução da perda de água pela urina.
Em sua
grande maioria, os répteis são ovíparos. Os ovos são sempre colocados em um
ninho em terra firme, mas a fêmea não os choca. As espécies aquáticas, como as
tartarugas, vêm à terra para pôr os ovos.
Os répteis
são animais ectotérmicos, portanto a temperatura de seu corpo depende da
temperatura do ambiente. É por isso que muitas vezes vemos cobras ou lagartos
se bronzeando ao sol de manhã. Deste modo, eles aumentam a temperatura do
corpo, que baixou durante a noite fria, e desentorpecem os membros.
Os cágados são aquáticos e carnívoros, alimentando-se de
caranguejos, peixes e insetos. Alguns podem ser onívoros, alimentando-se também
de vegetais. São ovíparos e desovam em uma cova que escavam no solo, para a
construção de um ninho. Em seguida, cobrem a cova para a incubação. Apesar de
todo este manejo, não cuidam de sua prole.
SUBORDEM PLEURODILA - CÁGADOS
CÁGADO-DE-BARBICHA (Phrynops geoffroanus)
Foto retirada da apostila do Grupo Ecos do Bosque |
Com carapaça relativamente baixa, cabeça e
pescoço longos, o cágado-de-barbicha tem condições de girar a cabeça
lateralmente, e não a esconde totalmente dentro da carapaça. A superfície
ventral do pescoço é amarela, com manchas pretas. Mede cerca de 27 centímetros . Vive
à beira de rios, lagos e banhados. De hábito mais aquático que terrestre, passa
boa parte do tempo mergulhado.
Distribui-se
por quase todo o Brasil, nas bacias do rio Paraná, Amazonas e São Francisco. Na
época de acasalamento, o macho tende a morder o pescoço da fêmea e exibe um
balançar de cabeça. Põe de 6 a
18 ovos em praias de rios, que são incubados pelo calor do sol por cerca de
quatro meses.