A lontra pertence à Ordem Carnívora e à Família Mustelidae. Semelhante à ariranha (Pteronura brasiliensis), a lontra apresenta corpo alongado, pernas curtas, cabeça alongada e chata, orelhas pequenas e arredondadas, corpo delgado, flexível e membranas interdigitais nas patas; essas adaptações são devido a possuírem hábitos aquáticos, cauda musculosa, olfato e audição apurados, face e garganta com vibrissas, que são importantes órgãos táteis que auxiliam na detecção de peixes, três pares de pequenos dentes incisivos, e uma pelagem curta e densa, que conserva o calor do animal, formando bolhas de ar em seu interior e reduzindo a perda de calor para a água. Por outro lado, existem algumas diferenças entre a lontra e a ariranha.
A lontra ocorre em todo o Brasil, possui 1,30 m de comprimento, apresenta uma mancha clara na região da garganta, e rinário nu (parte do focinho), e possui a porção final da cauda em forma de cilindro. Já a ariranha ocorre apenas no Centro-Oeste e na Amazônia, possui comprimento de 1,45- 1,88 m, apresenta uma mancha branca-amarelada bem forte no pescoço, e o rinário coberto de pêlos, e possui a porção final da cauda plana, em forma de remo.
A lontra possui hábitos noturnos. Vive em canais, banhados, rios, lagos, estuários e costa marítima. A base de sua alimentação é o peixe. No litoral de Santa Catarina, porém, siris e pitus podem predominar em sua dieta. A lontra é uma espécie indicadora da saúde destes ambientes aquáticos, já que é sensível à poluição. Desse modo, a conservação deste mustelídeo está intimamente relacionada à conservação dos diversos ambientes aquáticos. Nos anos 50 e 60, houve a introdução de novos pesticidas (dieldrin, aldrin, heptacloro), acarretando a redução populacional das lontras, ao se alimentarem de peixes envenenados. A ocorrência de lontras, em determinado ambiente, vai ser determinada também pela presença ou ausência de abrigos potenciais nas margens destes ambientes. Portanto, o desmatamento também é responsável pela redução nas populações deste mamífero, assim como a caça predatória.
Pouco se sabe sobre a reprodução e criação dos filhotes da lontra brasileira. A lontra européia apresenta uma gestação de 9 semanas. A ninhada é de 1- 3 filhotes, geralmente 2, e o macho não cuida da prole. Os filhotes nascem cegos, possuem pelagem densa e são completamente dependentes da mãe. O desenvolvimento dos filhotes é lento: seus olhos se abrem na quarta ou quinta semana, e a desmame começa na sétima, quando a mãe lhes fornece alimento sólido pela primeira vez. Aos 3 meses de idade, o filhote começa a fazer seus primeiros ensaios de natação e, aos 4 meses, começam a capturar seu próprio alimento.
A disponibilidade de habitats apropriados é o fator principal para a garantia do futuro da lontra. É comum que pessoas que morem às margens de ambientes aquáticos tenham seus quintais visitados por lontras. Por isso, é muito importante levarmos estas pessoas a conhecerem este animal, para poder conservá-lo.
A Lontra é um dos animais mais visitados e queridos do Bosque dos Jequitibás, chamando a atenção de muitos dos visitantes e frequentadores aos fins de semana. Ela está no bosque desde 2002.
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